BRUNO, HOMENAGEM À CULTURA PARAENSE

Bruno de Menezes (1893-1963)



Projeto de Lei por iniciativa popular

Artigo 1º - A "Fundação Cultural do Pará Tancredo Neves" passa a se denominar FUNDAÇÃO BRUNO DE MENEZES.

Artigo 2º - Revogam-se as disposições em contrário.

Belém, Estado do Pará, 16 de agosto de 2013



Pelo Facebook, o Professor Paulo Nunes conclama a sociedade paraense a tomar iniciativa para mudança do nome da "Fundação Cultural do Pará Tancredo Neves". Eis o texto:
"Sei que em tempos de tantas dificuldades e reivindicações mais sérias, talvez nem devesse tocar nisso, mas uma pergunta que não quer calar:
POR QUE A FUNDAÇÃO CULTURAL DO PARÁ OSTENTA UM NOME QUE NADA DIZ: TANCREDO NEVES (Já há uma fundação no interior de Minas com este nome, lá sim parece coerente).
eu proponho: Jaime Ovalle, Bruno de Menezes, Tó Teixeira, Sergio Cardoso
Fundação Cultural do Pará"


***
Ó Princesa Isabel! Patrocínio! Nabuco!
Visconde do Rio Branco!/Eusébio de Queiroz!
E o batuque batendo e a cantiga cantando
lembram a noite morna a tragédia da raça!
Mãe Preta deu sangue branco a muito Sinhô moço
.
(BRUNO DE MENEZES, 2005, p. 19-20).

*** 
O Professor Paulo Nunes, pesquisador dedicado e fiel defensor da cultura paraense, considera que talvez houvesse reivindicações mais sérias a fazer que mudar, simplesmente, o nome de uma instituição cultural do Estado do Pará. 


Todavia, em tempo de primavera árabe, manifestações populares em todo mundo e protestos de rua que fazem o Gigante despertar no berço esplêndido; mais que reivindicar eis que a democracia abre temporada para práxis participativa incisiva. 


Então, as mudanças políticas e sociais dependem mais de iniciativas e mobilizações coletivas de que simples sugestões e reivindicações a alguns poucos políticos e gestores públicos que já não nos representam como antigamente. 
No mundo da cultura, principalmente, os símbolos não são indiferentes. Tancredo Neves teve importante papel político em sua época, como articulador e conciliador de elite, notável sobretudo durante a transição da ditadura à democracia. Entretanto, em se tratando especialmente da Cultura Paraense, o respeitável nome do político mineiro realmente nada tem a ver nem acrescenta nada.
Já não é o caso do poeta jurunense Bruno de Menezes entre todos nomes, bem lembrados, pelo supracitado professor e amigo da Academia do Peixe Frito. Ainda mais que estamos no Pará no transcurso dos 120 anos de seu nascimento e o fundador da revista Belém Nova e da chamada Academia do Peixe Frito foi, indiscutivelmente, o líder maior de significativas mudanças políticas e culturais no Norte brasileiro que, suportando o arbítrio de 1964, estão a triunfar e a se consolidar com a Constituição-Cidadã de 1988, décadas após sua passagem luminosa nesta vida.
Sem dúvida, os manifestantes nas ruas de Belém do Pará se, de fato, quiserem mudanças de base têm oportunidade de se congregar sob os ideais de Bruno de Menezes e seus contemporâneos da Academia do Peixe Frito; quando a Câmara Municipal de Belém vem de aprovar projeto de lei (pendente de sanção pelo Prefeito Zenaldo Coutinho), considerando a referida academia popular patrimônio cultural imaterial da cidade capital do Pará. 
Ao mesmo tempo se sabe que o IPHAN, adotando metodologia da UNESCO, já está em processo para outorga do título de Paisagem Cultural do Brasil para o Ver O Peso, tendo provavelmente a Academia do Peixe Frito no conjunto de bens associados a esta categoria de preservação cultural.
Que melhor oportunidade para exercício da soberania popular - através da faculdade de projetos de lei por iniciativa popular -, assegurada pela Constituição da República? Que melhor representante da Cultura Paraense do que o imortal criador da Academia do Peixe Frito?

Parabéns, amigo Paulo Nunes, pela sua oportuna iniciativa.
 

Comentários

  1. Varella, a luta é brava, nosso reitor imemorial, babalorixá dos bons (como diria Dalcídio Jurandir),BRUNO DE MENEZES, fariajus à homenagem.
    Abraços aos académicos do Peixe Frito, grato pela voz a ecoar.
    Paulo Nunes

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  2. Em Tempo - O Prefeito Zenaldo Coutinho vetou integralmente o projeto de lei, de autoria do Vereador Iran Moraes, para reconhecimento da Academia do Peixe Frito como patrimônio cultural imaterial de Belém. Esperamos, todavia, que o chefe do Poder Executivo municipal ofereça alternativa legal à finalidade em vista das alegações para o veto oposto ao projeto. Pois não se justifica nesta altura o supracitado bem cultural imaterial permanecer à margem do sistema de cultura municipal, há mais 70 anos.

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