PEIXE FRITO BOM MESMO É AO AZEITE DE PATAUÁ

Antigamente, azeite de patauá era componente do legítimo peixe frito. Dizem que as matas do Guamá eram ricas em patauazeiros e que se extinguiram a bom extrair azeite que é o "azeite de oliva" da terra... Se não é verdade é bem provável. Na história indígena da ilha do Marajó a palmeira patauazeiro teve importância na guerrilha de resistência dos chamados "faladores da língua ruim" [nheengaíbas] à invasão das Ilhas pelo inimigo hereditário tupinambá. Extraindo a tala da palma de patauá os índios insulanos faziam setas para envenenar do mortal curare soprados com a zarabatana feita de tronco de paxiúba, conforme fontes jesuíticas do século XVII. Provavelmente, desta tática de emboscada teve origem a fama de "homem malvado" [marãyu / marajó] dada, pelos guerreiros tupis, aos pajés-açus dos Aruã que vinham pelo rio dos Marajó [Marajó-Açu] atacar aldeias da margem direita do Pará.

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http://pt.wikipedia.org/wiki/Patau%C3%A1

http://www.brasilcult.pro.br/brasil_antigo/viajandobr/viajandobr01.htm

A doca do Ver-o-Peso

Conhecida nacional e internacionalmente como o cartão de visita de Belém do Pará, a doca do Ver-o-Peso, onde atracam as vigilengas, as canoas e outras embarcações típicas da Amazônia, na verdade em meio ao sortilégio de seu cotidiano, possui inúmeros fatores positivos mas não deixa de ter também seu lado negativo. Não resta dúvida que as embarcações que ali, com suas denominações religiosas (São Carlos, São Benedito, etc) e líricas (Minha Flor, Deusa de Minha Vida etc.), atracam, são uma atração turística. Seriam, entretanto, muito mais, se houvesse uma organização na venda dos peixes que é na realidade uma autêntica azáfama.
 
Na periferia do Mercado de Ferro existem os vendedores de paneiros, abanos, peneiras, tipiti e outros, todos feitos de palha da palmeira, salvo engano, conhecida por jupati. Ao lado disso, o comprador encontra uma variedade enorme de botes e fogãozinhos de argila, além de cuias para tacacá e mugunzá. As pessoas de fora, principalmente pelas peculiaridades dos produtos, compram em grande quantidade. Elas, contudo, não deixam de tecer comentários depreciativos a uma enorme poça de lama que existe ali perto.
A história
Foi na vertente do rio Piry em meados do século XVII, que as canoas dos indígenas e as embarcações dos colonos carregadas de iguarias típicas da região começaram a atracar e serem desembarcadas por seus proprietários. Este processo natural, com o passar dos anos foi tomando vulto. As autoridades portuguesas cientes das transações comerciais que neste local estavam sendo efetuadas, construíram uma modesta repartição destinada a cobrar os impostos devidos à coroa. Estes eram todos destinados à manutenção da colônia. A fim de traçar um esquema compatível com a vida dos canoeiros, as autoridades portuguesas determinaram que os tributos a serem cobrados fossem estipulados pelo peso da mercadoria. A partir de então, na casa modesta construída na foz do Piry, exatamente à frente do começo da rua dos Mercadores depois rua da Cadeia e atual João Alfredo, os colonos e indígenas levavam suas mercadorias para participar do processo economicamente conhecido como do haver-do-peso. O tempo passou e o linguajar popular consagrou o local como sendo o "Ver-o-Peso", que desta maneira é importante para Belém por ser um marco histórico, paisagístico, tradicional, geográfico e econômico. Recentemente teve sua importância aumentada, porquanto foi reconhecido nacionalmente como um ponto turístico de Santa Maria de Belém do Grão Pará.

Vendedor de Peixe


“Em Belém, é costume ver-se o peixeiro que vai gritando `` Peixe, Tainha, pescada fresca``! O peixeiro é quase sempre português e percorre a cidade vendendo peixes muito saborosos. Quase sempre com nomes indígenas, tais como Tucunaré, Acará, Tamuatá, Mandubé, etc.”
 
O Pará abriga alguns dos mais expressivos afluentes do rio Amazonas, como o Tapajós, o Trombetas, o Nhamundá, o misterioso Xingu, o Araguaia e o Tocantins, além de incontáveis lagos e lagoas.
Nesse cenário de rios abundantes e fartura de peixes a figura do pescador não poderia deixar de existir. A pesca gera sustento para diversas famílias paraenses. O pescador de casa, trabalha arduamente na pesca durante sua jornada e então se dirige para o Mercado de Ver o Peso, que possui um mercado de peixe. Leva então seus peixes e começa a negociação de sua mercadoria. Entre os diversos preços oferecidos e inúmeras pechinchas, bons negócios sempre são feitos, mantendo assim mais uma das tradições do estado, o sustento do vendedor de peixe.
Existe ainda uma outra forma de comercio dos peixes, as proximidades da escadinha do Ver-o-Peso existe um acentuado número de barracas onde são preparados no fogão a carvão, o gostoso peixe frito, que sai diretamente das canoas para a frigideira. O atraente cheiro deste prato tipicamente ribeirinho exala por grandes distâncias e induz as pessoas por mais que achem anti-higiênico a provarem um pouquinho.

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