ECOTURISMO LITERÁRIO EM CACHOEIRA: economia solidária com a cara e a coragem marajoara.

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foto histórica do chalé batido de vento e chuva sobre águas do dilúvio amazônico, no qual Dalcídio Jurandir viveu a infância: transfigurado nas lembranças de Alfredo como a casa do major Alberto e sua mulher dona Amélia, em Cachoeira, no romance Chove nos campos de Cachoeira e os mais da série Extremo Norte.




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O amigo leitor deve saber que Plano Ver-O-Pará - Plano Estratégico de Turismo do Estado do Pará (2012-2020) contempla seis polos de atuação, com que pretende incentivar a "indústria sem chaminés" que mais se desenvolve no mundo: Amazônia Atlântica, Araguaia Tocantins, Belém Metrópole, Marajó, Tapajós e Xingu. Aqui este modesto blogueiro não abordará mais que alguns casos relativos às regiões ecoculturais do Marajó e Salgado, comparando as áreas de proteção ambiental Algodoal-Maiandeua e do Arquipélago do Marajó, com ênfase em Cachoeira do Arari. 

No polo Amazônia Atlântica, o município turístico prioritário para a Secretaria de Estado de Turismo (SETUR) é o município de Salinópolis, onde tradicionalmente a camada social mais privilegiada do estado o elegeu como centro de veraneio e férias preferido. Esta vantagem relativa, entretanto, apresenta sérios problemas de meio ambiente e conflito social entre população nativa e veranistas. Uma situação recorrente em quase todos municípios de veraneio e que, na Europa, chegou ao ponto de ruptura com manifestações hostis e ataques frontais a estabelecimentos turísticos. 

Consequentemente, boa parcela de visitantes da velha e pacata Salinas de outrora, começa a buscar novas opções no Salgado em direção a Ajuruteua em Bragança, Algodoal em Maracanã, Marudá em Marapanim e recantos mais tranquilos e preservados de Salinópolis mesmo. A evidente deterioração do turismo massivo de praia lança alerta para que se desconcentrem empreendimentos e preservem lugares de interesse ambiental, paisagístico ou turístico antes que seja tarde e a galinha dos ovos de ouro esteja miseravelmente morta.

Se o ecoturismo literário não existisse seria preciso inventá-lo. Sobretudo, para efetuar da melhor maneira inclusão socioambiental da Criaturada grande de Dalcídio à Agenda 2030 dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), que segundo a ONU não deixará ninguém para trás. Então, se por infelicidade geral, o Plano Ver-O-Pará falhar em seus principais objetivos, mas ainda assim no Polo Marajó houver preparado e mobilizado as mais de 500 comunidades locais da região levando-as a participar, direta ou indiretamente, do processo do ecoturismo, já poderíamos comemorar o sucesso do turismo como instrumento econômico inovador para superar a extrema pobreza. Mesmo que, por hipótese, nunca apareça um só turista naqueles recantos. Pois o Marajó tem potencial para transformar-se, rapidamente, na Costa Rica paraense em matéria de ecoturismo de base na comunidade local. 

É disto que aqui se trata, interessando a todos mais polos turísticos do Pará e a prova mais patente dessa transformação se encontra certamente na Área de Proteção Ambiental Algodoal-Maiandeua, no município de Maracanã, uma unidade de conservação de uso sustentável, conforme a Lei Estadual n°. 5.621/90 de 27 de novembro de 1990. na APA. Antiga vila de pescadores como tantas outras, todavia graças ao ecoturismo se tornou um "point" nacional e internacional de referência do desenvolvimento socioambiental sustentável interessando diretamente aos municípios de Maracanã e Marapanim envolvendo a rede de reservas extrativistas marinhas e outras unidades de conservação no Pará. O empreendedorismo familiar da população nativa não se fez de rogada acompanhando investimentos públicos e privados, hoje parte expressiva de moradores reformou a própria residência com acréscimo de anexo servindo de pousada de modo integrados aos hotéis, bares e restaurantes da ilha. Velhos pescadores com a melhoria de renda familiar só voltam ao mar por lazer e não mais por necessidade. A comunidade local está madura para ousar num passo adiante dentro do mesmo processo do desenvolvimento sustentável. Mas, a decana APA Marajó engatinha em busca de sua "vocação econômica" ao tomar decisões para o desenvolvimento e melhoria das condições de vida da gente marajoara. 

Em geral, a mídia regional mostra-se hostil à existência de unidades de conservação no Para sob o argumento equivocado de que proteção ambiental "engessa o progresso"... Todavia, o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), longe de prejudicar ele incentiva o desenvolvimento econômico e social, com exemplos de Fernando de Noronha e do Pantanal, este último fazendo parte da rede brasileira de reservas da biosfera (biomas da Mata Atlântica, Cerrado, Caatinga, Serra do Espinhaço e Amazônia Central), onde se espera presença do Arquipélago do Marajó e da Amazônia Atlântica a fim de completar a proteção a todos biomas brasileiros - de acordo com entendimento preliminar sobre o projeto da Reserva da Biosfera Marajó-Amazônia -, pendente de providências técnicas para finalizar candidatura à UNESCO pelo governo estadual do Pará. 

Na verdade, a respeito da Reserva da Biosfera Marajó-Amazônia perdemos oportunidade e na atual conjuntura pesa um mortal pessimismo que, todavia, poderia ser superado se lideranças das comunidades despertarem para oportunidades do Acordo de Paris sobre Mudança Climática e a Agenda 2030 dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) coordenados pela ONU.

Produto turístico não se exporta feito soja, carne, banana, madeira ou minério. Porém, do mesmo modo das commodities, o turismo ao mesmo tempo gasta com turistas brasileiros no exterior traz divisas com turistas estrangeiros no país gerando renda e empregos nos municípios turísticos de maneira mais interessante que outra qualquer atividade econômica exportadora. O que importa no negócio do turismo é chamar o consumidor a vir com seu cartão de crédito ou moeda forte contribuir ao desenvolvimento sócio-econômico local. Então, já podemos compreender que o turismo é uma arma de dois gumes, podendo ser redenção ou praga dos municípios. 

Em troca de hospitalidade (palavra-chave do sucesso do negócio turístico), o visitante nacional ou estrangeiro quer mudar de ares, provar comidas diferentes, ver novas paisagens, conhecer pessoas e costumes interessantes... Já dizia Rousseau que a educação são as viagens. No turismo há gosto para tudo, como também há turista para todos gostos. Enfim, se é verdade que o melhor lugar para o turista é aquele que também é bom para as pessoas que ali vivem, então não poderá prosperar o negócio que leva males e exclusão às populações locais. Ao contrário, o atrativo turístico inteligente convida o turista inteligente a vir conhecer e aprender com a comunidade visitada. Este é negócio que ainda terá futuro numa civilização ora em declínio.


A vocação econômica do Marajó

Desde 1989, a Área de Proteção Ambiental do Arquipélago do Marajó (APA Marajó) não consegue tomar pé. Entretanto, esta unidade estadual de conservação ambiental tem potencial para integrar mosaico de áreas protegidas da mesorregião Marajó, em conjunto com unidades federais e municipais. De modo, a conferir destaque á candidatura oficial, reclamada desde 2003, da Reserva da Biosfera Marajó-Amazônia ao programa Homem e Biosfera (MaB), da UNESCO. Esperança de que a modalidade internacional de conservação resulte em melhoria da qualidade de vida da Criaturada grande de Dalcídio, conforme reza a Constituição do Estado do Pará, em seu Parágrafo 2º, VI, do Artigo 13 -- O arquipélago do Marajó é considerado área de proteção ambiental do Pará, devendo o Estado levar em consideração a vocação econômica da região, ao tomar decisões com vista ao seu desenvolvimento e melhoria das condições de vida da gente marajoara.

Nos anos 70, a pedido do governo estadual a Organização de Estados Americanos (OEA) formou equipe de especialistas para elaborar diagnóstico do potencial econômico do Marajó. Sobre o turismo não se tinham mais que uma leve impressão no pensamento econômico da época ainda excessivamente conservador influenciado pela colonização do chamada "celeiro do mundo". O que menos interessava no Marajó era a arqueologia vista apenas como curiosidade. Embora, escavações de sítios arqueológicos tivessem revelado ao Brasil e ao mundo maravilhas artísticas da milenar cerâmica marajoara. 

Do ponto de vista da gente marajoara, o padre Gallo (Turim, 1927 - Belém do Pará, 2003) sozinho nadando contra a correnteza fez mais pela cultura marajoara que qualquer prefeitura, representante do povo na Assembleia Legislativa, Câmara dos Deputado e Senado, Governos estadual e federal ou a UNESCO. Mais da metade da gente marajoara é analfabeta e o IDH dos municípios assusta pela pobreza da Criaturada, portanto esta gente embora seja o principal objetivo da literatura dalcidiana - de interesse antropológico e sociológico, diga-se de passagem -, não consegue ler a obra Cultura Marajoara, de autoria da arqueóloga Denise Schaan, que deveria ser indispensável a cada prefeito ou outra qualquer autoridade tendo dever político com relação ao Marajó.

Enquanto ditaduras militares grassavam na América Latina, Brasil inclusive; na França republicana no vetusto Museu do Louvre um pequeno número de museólogos dentre eles Hugues de Varine dava senhas à revolução mundial de ecomuseus e museu comunitários. No mesmo tempo, a Academia Brasileira de Letras (ABL) concedia o Prêmio Machado de Assis (1972) a Dalcídio e na longínqua e isolada Santa Cruz do Arari o padre Giovanni Gallo inventava o primeiro ecomuseu do Brasil, O Nosso Museu de Santa Cruz do Arari (1973-1981), que deu origem a O Nosso Museu do Marajó. Eu tenho impressão de que se fizermos uma enquete sobre o conhecimento de professores e alunos universitários sobre este assunto o resultado será decepcionante... Mas, a maior esperança de mudança de mentalidade da sociedade são os professores e estudantes. Os maiores aliados do desenvolvimento local sustentável que pode desejar.

Estes fatos interligados à memória da antiga vila de Cachoeira do rio Arari: a literatura de Dalcídio Jurandir, a partir de Chove nos Campos de Cachoeira e Marajó, escritos em Salvaterra; e a ecomuseologia criativa de Giovanni Gallo são as duas faces da mesma moeda, na qual o homem marajoara é o centro. Daí se evidencia o potencial turístico donde não falta história oral, realismo mágico com contadores de causos supimpas, fabulistas fora de série, artistas porretas, poetas mil, escritores extraordinários e ecocultura nativa que a mãe natureza esmerou-se ao criar bichos, plantas e gentes. Só falta despertar a povo a recuperar a memória perdida a fim de prevenir os mais graves desvios do progresso predador de paisagens e de povos nativos em todo mundo. 

A gente precisa aprender a "vender" paisagem com inteligência de quem faz arquelogia da rota do sol. Saber mostrar aos viajantes do mundo onde mora o Araquiçaua ("lugar onde o sol ata rede de dormir", do nheengatu ara (dia), ky (rede) e xawa, sítio). Maís de mil anos de civilização no delta-estuário do maior rio do mundo, lugar mítico que se acha dentro da boca do Arari - "rio das araras", de ara (arara) e ari (rio) em línguas aruaques -, a cada por do sol no fim da jornada de pesca, veneravelmente contemplado por pajés-açus iniciados na saga dos Tupinambás segundo mistérios da pajelança do Jurupari, desde as remotas praias do Salgado. 

Lugar mítico falado principalmente ao longo da costa marítima nas confabulações das antigas migrações do Maranhão ao Pará, através de trinta e tantas baías até o Furo da Mocoóca ("casa escondida", em nheengatu), varando de Maracanã a Marapanim, famosa "casa dos homens" na cultura tupi-guarani. Onde os índios guardavam objetos sagrados e praticavam cerimônias secretas do rito de Jurupari, proibidas à curiosidade das mulheres e de estranhos. Naturalmente, o hoje obscuro Araquiçaua na ilha do Marajó, em épocas recuadas quando português nem espanhol, holandês, francês ou inglês não haviam ainda pisados estas paragens; de longe no horizonte atraiu buscadores andejos da utópica Yby marãey ("terra sem mal") - paraíso terreno, onde não há fome, trabalho escravo, doença, velhice e morte -, era o Sol (Guaraci, "mãe dos viventes) a guiar a Criaturada na terra dos tapuias ("Tapuya tetama"). Embora esquecida a "terra sem males" pode aflorar do inconsciente coletivo, de diversos modos, pelas artes, pelas religiões populares e outras manifestações da gente em busca de melhores condições de vida.

Não sem assim, antigamente, o pau chichou entre falantes da "língua ruim" (nheengaíba) e abaetés (gente de verdade), falantes da "boa língua" (nheengatu). E quando os brancos chegaram com suas grandes igaras e paus de fogo, suplantando a vela de jupati, flechas envenenadas de curare e tacape, deram-se mais de quarenta anos de guerra, inclusive para expulsar holandeses e ingleses entre 1623 e 1647; até o payaçu Antônio Vieira aparecer por estas bandas a levar paz às aldeias de ambas margens do Para-Uaçu (Grão-Pará, grande mar de água doce). Pela primeira vez, por acaso, inimigos hereditários tupis e aruaques estiveram juntos sem discórdia na mesma missa: no dia histórico de 27 de agosto do ano de 1659, igreja do Santo Cristo do rio dos Mapuá (hoje a Reserva Extrativista Florestal Mapuá, no município de Breves). Sem esta pax marajoara, diz Vieira, o Pará seria de qualquer potência colonial que se unisse aos "nheengaíbas"...

A realidade histórica demonstra, todavia, que aquelas pazes do Marajó foram precárias. Só no século seguinte, com a vinda de escravos africanos através de São Luís do Maranhão, puderam os colonizadores refrear a fuga de "negros da terra" (escravos indígenas) de volta ao mato donde haviam sido capturados, mediante incentivos para o índio e a "negra da Guiné" (escrava africana) formar casal. Desta maneira, o "rabo de saia" e os filhos cafuzos prendiam à senzala o índio indispensável. Se bem que, em certas oportunidades, este mesmo índio cativo irredutível abriu as portas da escravidão guiando e mostrando a irmãos negros o caminho dos mocambos e da liberdade, como ensina Flávio Gomes dos Santos na obra fundamental A hidra e os pântanos.

Todavia, colonos do Pará famintos de trabalho escravo de "negros da terra", para ficar mais à vontade nas suas costumeiras violências, expulsaram o padre grande dos índios com seus confrades jesuítas, no ano de 1661, Vieira seguiu a Portugal para ser preso e condenado por heresia pelo tribunal da Inquisição, enquanto no paço El-Rei dom Afonso VI, em 1665, doou a ilha dos Nheengaíbas a seu secretário de estado dom Antônio de Sousa de Macedo, como capitania hereditária da Ilha Grande de Joanes.

Porém, os ditos nheengaíbas, resistindo como puderam, não cederam espaço aos sesmeiros do donatário até o primeiro curral de gado do carpinteiro português Francisco Rodrigues Pereira, em 1680 no rio Arari, vencendo o medo que os brancos tinham da má fama dos índios aruãs e anajás bravios, negros quilombolas e desertores que viviam pelos centros desconhecidos da ilha do Marajó. Mais ou menos pelo mesmo ano, os índios Iona (aportuguesados como Joanes) ou sacacas acossados pelos belicosos Aruãs (cf. relato do sargento-mor de milícia da vila de Monforte, índio sacaca Severino dos Santos, a Alexandre Rodrigues Ferreira em "Notícia Histórica da Ilha Grande de Joanes, ou Marajó" (1783), buscaram ajuda dos portugueses do Pará para enfrentar seus antigos inimigos, que antigamente os haviam empurrado dos centros da ilha para a costa-fronteira do Pará. Com sorte, pela derradeira vez que os Aruãs desceram o igarapé Jubim para atacar os Joanes estes se anteciparam com seus novos amigos vindos do Pará com armas de fogo. O inimigo fugiu em debandada a se esconder no igarapé Água Boa, onde os alcançaram portugueses e ionas que deram fim àqueles aruãs bravios. E nunca mais voltaram... 

No dia 20 de novembro de 1756 - atualmente Dia Nacional da Consciência Negra e que deveria coincidir com Dia Nacional da Cultura Marajoara, caso a gente derrotasse a colonialidade que impera em nossa sociedade -, segundo o sábio de Coimbra, Alexandre Rodrigues Ferreira, na "Notícia Histórica" (1783), o fundador da vila da Cachoeira do rio Arari e inspetor oficial da ilha do Marajó, capitão Florentino da Silveira Frade achou o primeiro teso (sítio arqueológico) que se tem notícia na crônica colonial do estado do Grão-Pará e Maranhão (1751-1823). Era o teso do Pacoval do rio Arari, o mais espoliado de todos sítios arqueológicos desde o governo do Barão de Marajó na Província do Pará (cf. a obra clássica As Regiões Amazônicas, deste autor): ironia da história, localizado no Igarapé do Severino confronte à vila do Jenipapo; donde provavelmente o caboco Vadiquinho, amigo do padre Gallo, coletou "cacos de índio" para provocar o padre que gostava de "coisas que não prestam"... Nasceu assim o primeiro ecomuseu que se tem notícia por estas paragens deixadas entre chuvas e esquecimentos.

O chalé de Alfredo sobrevive no romance dalcidiano e na memória de milhares de leitores da obra, no Brasil e no exterior. Não importa se na realidade a velha casa do capitão Alfredo Nascimento Pereira, secretário da intendência ao tempo do coronel Bento de Miranda Lobato, foi ao chão sob o peso dos invernos ao longo de mais de cem anos de existência. Pela magia do caroço de tucumã nas mãos do menino Alfredo o chalé está a salvo do dilúvio e do esquecimento, os olhos de Eutanazio vagam com os pirilampos na noite dos campos e o mito da primeira noite do mundo está preservado com os bichos, os habitantes do mundo e os encantados. A cristurada grande de Dalcídio apesar da pobreza e da dura luta pela sobrevivência se reconhece no "índio sutil" e com ele se empodera da terra ancestral de seus antepassados.  

Sabe-se o quanto rico é o potencial turístico da Amazônia paraense. Entretanto, transformar esse diamante bruto em produto é que são elas... Não se faz produto turístico por decreto nem porque um famoso estudioso quer. Será preciso integrar recursos públicos e privados de diferentes níveis, começando preliminarmente com que as pessoas que vivem no lugar a ser visitado recepcionem os autores visados e suas obras de modo a revelar o patrimônio invisível aos olhos dos próprios moradores. 

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Se este primeiro passo acontecer de fato, será catalisador da hospitalidade da comunidade. Com a melhoria da hospitalidade a qualidade de vida da cidade e do meio rural já experimenta mudança em relação à qualidade de vida local. Sem necessidade de propaganda a população percebe, então, que algo está em movimento no sentido de uma busca coletiva de conhecimento sobre a história social, a natureza e os costumes do lugar. Um novo olhar sobre crianças portadoras do futuro e velhos senhores da memória, o papel das mulheres educadoras da casa e dos jovens através de uma educação patrimonial valorizada e continuada.  A escola da infância passa a ser vista pela comunidade como viveiro das sementes do futuro. 


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Aí estará plantada a boa esperança de renda municipal justa e empregos de qualidade. Nós falamos muito em "desenvolvimento sustentável" e muitas vezes não nos damos conta de que sem o desenvolvimento humano local a economia não pode prosperar. Muitas vezes, no caso de Cachoeira do Arari, nos esquecemos da história da fábrica OLEICA (Oleoginosas de Cachoeira do Arari), suas expectativas de riqueza e geração de emprego, inconsistências sócio-econômicas e a inevitável falência. Até que, inviabilizada a manutenção da empresa foi sucedida com vantagem para o povo cachoeirense pelo Museu do Marajó 

O ícone Alfredo, sem dúvida, principal personagem de nove dos onze romances de Dalcídio Jurandir premiado pela Academia Brasileira de Letras com o Prêmio Machado de Assis de 1972 - único até hoje para romancista da Amazônia -, pelo conjunto da obra, é o maior atrativo de Cachoeira do Arari. Porém, Cachoeira possui outros autores e valores culturais para produtos turísticos que seriam promovidos mediante destaque da obra mais conhecida nacional e internacionalmente. 




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Rodovia Dalcídio Jurandir (PA-154) integrando Cachoeira do Arari, Salvaterra, Soure e Santa Cruz do Arari. Conexão rodo-hidroviária com Belém através do porto Foz do Camará ou, futuramente, por Ponta de Pedras - Vila de Mangabeira, quando se concluir o projeto turístico da Rota do Sol Marajoara sobre a antiga Costa-Fronteira do Pará.

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