"APINAGÉS PARA SEMPRE": SENHA PARA MUDANÇA DE ATITUDE

CMB vai mal para os 400 anos da Cidade: poderá ser salva com a iniciativa "Apinagés Para Sempre"



o "affaire" Apinagés demonstra o despreparo dos edis de Belém sobre o sentido histórico da Capital do Estado, com louváveis exceções. Para não deixar tontos os carteiros já se inventou o CEP que terá ainda que acrescentar algarismos ou letras como placa de automóvel, de maneira que cada residência tenha número postal à prova da inconstância dos legisladores municipais de cada cidade.

Brasília se preveniu com suas superquadras, blocos e apartamentos para gratidão eterna dos carteiros. Mas não é só para localização que um dia se pretendeu dar nome a ruas, praças e avenidas. A história dos lugares faz parte da identidade do território. Na geografia urbana o nome das ruas faz parte da alma da cidade.

Belém deveria tombar certos bairros (com exemplo do IPHAN, que tombou no patrimônio cultural nacional os bairros da Campina e da Cidade Velha) de função temática, tais como o Jurunas [memória das etnias indigenas do Pará, algumas já extintas, como os Tamoios e outras vivas e participativas, como os Tembés], o bairro do Marco da Légua [ registro da participação paraense na guerra do Paraguai], Umarizal [com a galeria de heróis da Adesão do Pará à Independência do Brasil], tem ainda, na Marambaia, o Conjunto Médice que poderia ser chamado das municipalidades, dado os nomes de suas ruas, Ananideua, Abaetetuba, Baião, Muaná, etc, para ficar só com estes exemplos... Sem esquecer ainda que a Cidade Velha, tem lá ainda a sua Gurupá, Alenquer, Óbidos, Monte Alegre... e a Sintra, que um dia foi aldeia de Maracanã, recebeu batismo português e fez questão de retomar a toponímia nativa...

O álibi dos vereadores é a displiscência dos professores de História que não se fazem ouvir pela sociedade. Em vão o mestre Benedito Nunes morreu resistindo à troca do nome da travessa da Estrela para Mariz e Barros... O povo não tomou partido e assiste a tudo, "bestificado", como na Proclamação da República. O "embroglio" da recém nomeada e já trocada avenida Dalcídio Jurandir por Centenário (para atender a pressões de pastores da igreja Assembleia de Deus) é outro escorregão que deixa má impressão não apenas dos vereadores da atual legislatura, mas do Poder Legislativo de Belém ao longo de sua história.

Oxalá a reação dos moradores da Apinagés não acabe sendo só um arroubo epidérmico e logo caia no esquecimento com um arrando "ad hoc" qualquer. A iniciativa APINAGÉS PARA SEMPRE deverá passar para as escolas da rede municipal e estadual, despertando nos alunos, professores e pais de alunos a sensibilidade para a preservação do patrimônio. Esta falta permite uma enorme ignorância para o fato, que os pesquisadores estão cansados de lembrar, sobre a CULTURA MARAJOARA ser a primeira cultura complexa (sociedade de clases) da Amazônia (portanto, do Brasil). Simbolo maior da cultura paraense - sem desmérito da belíssima Tapajônica e da importância da cultura Maracá - o patrimônio arqueológico da ilha do Marajó deveria ser o ícone principal para que fatos lamentáveis com este não se repitam nunca mais.

A propósito, quem eram os Apinayé? Ainda existem? Que tal a campanha com apoio da CMB oferecer prêmio em concurso de estudantes?


 


Mudança de nome da Apinagés causa polêmica PDF Imprimir E-mail
A denominação de Jerônimo Rodrigues para a antiga Travessa Apinagés, no bairro do Jurunas, tem causado polêmica entre a população e vereadores na Câmara Municipal de Belém. Na sessão de hoje, 22, o vereador Marquinho do PT levantou a questão, afirmando que a população do bairro não está satisfeita com a aprovação do projeto do vereador Gervásio Morgado, que mudou o nome daquela artéria.
Marquinho disse que o principal protesto da população é sobre um abaixo-assinado que teria sido assinado pelos moradores daquela rua, os quais contestam afirmando que jamais assinaram tal documento. O vereador afirmou ter sido procurado pelos moradores que reivindicam a anulação da votação pela Câmara, uma vez que segundo eles, o referido abaixo-assinado não corresponde à verdade.
Um critério mais rigoroso com projetos visando mudanças de nomes de ruas deve ser tomado pela Câmara Municipal de Belém para não criar transtorno à população. A observação foi feita pelo vereador Sahid Xerfan (PP) encampando as criticas dos moradores da Tv. Apinagés, destacando ele que a mudança de nome tem criado uma série de problemas para os moradores locais além de que, todas as ruas do Jurunas tem denominação indígena histórica que não deve ser alterada.
Xerfan deu como exemplo a TV. Padre Eutíquio que tentaram mudar de nome e não conseguiram devido à reação popular. Citou também a Roberto Camelier, outrora denominada de Rua do Jurunas a qual, ao mudar de nome para homenagear um dos fundadores da Rádio Clube, teve que emprestar o nome ao bairro que passou a denominar-se bairro do Jurunas. Xerfan lamentou a falta de novas obras públicas para homenagens, o que evitaria a mudança de nomes de ruas.
O nome original de Tv. Apinagés deve voltar após aprovação de um projeto do vereador Carlos Augusto (DEM) que deu entrada em agosto deste ano, pedindo o retorno do nome original. Carlos Augusto que havia se manifestado contrário ao projeto de Gervásio Morgado não se encontrava em plenário quando da aprovação da matéria.
Ele concorda com o pensamento do vereador Xerfan, sobre critérios rigorosos na denominação de ruas e logradouros públicos e, se manifesta contrário a mudanças que venham obscurecer a história de Belém e do Estado do Pará. Carlos Augusto acredita que a Câmara Municipal deve diligenciar para saber sobre a veracidade do abaixo-assinado, apresentado quando da apresentação do projeto que mudou o nome da Apinagés.
O projeto de Carlos Augusto tem amparo regimental tendo em vista que o projeto de Gervásio foi aprovado em 2010 e o dele (Carlos Augusto) deu entrada em agosto deste ano, portanto em outra legislatura. O Regimento da CMB não permite a apresentação de projetos similares na mesma legislatura.

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