"lugar de velho é no museu", ecomuseu melhor dizendo: flanar por ruas e rios ensinando aos mais novos a se empoderar da história e do território.

Resultado de imagem para foto mestre Lucindo

imagem de Mestre Lucindo (Lucindo Rebelo da Costa, Marapanim, 1908 - 1988) ele nasceu no dia 3 de março de 1908, na comunidade de Água Boa, município de Marapanim. A par de Verequete e Mestre Cupijó, Mestre Lucindo forma a trindade mais famosa do carimbó tradicional pau e corda paraense. Em 2014, a comunidade de pesca tradicional e mariscadores de mangue desse importante município do Salgado obteve reconhecimento federal da Reserva Extrativista Mestre Lucindo, em autogestão participativa da Associação de Usuários da Reserva Extrativista Marinha Mestre Lucindo (AUREMLUC) e supervisão direta do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).



"A praia do Algodoal
É linda e tem riqueza,
No farol do Maiandeua
Onde mora a Princesa"

coro:Eu já vi a princesa falá,
Eu já vi a princesa cantá
No morro do Maiandeua
Na Praia do Algodoal"

Mestre Lucindo

Pescador, Mestre Lucindo
https://www.letras.mus.br/mestre-lucindo/anel-de-ouro/#radio:mestre-lucindo




Não se espantem. Há sessenta anos me engajei, de mala e cuia, como quixote na defesa da Criaturada grande de Dalcídio Jurandir após a primeira leitura do romance Marajó, leitura muito incipiente diga-se a bem da verdade, até então eu era um analfabeto político. Dali em diante fiquei curioso em saber quem inventou o mundo e depois de um demorado bordejo fora da terra natal; retornei definitivamente em 1990, cheio de ideias na cabeça. Retomei a militância com Camilo Viana na SOPREN e juntos criamos o GDM (1994-2014), com que fiz cartaz e me tornei voluntário d'O Nosso Museu do Marajó, desde 1995 mais ou menos. Quando, então, conheci Giovanni Gallo na casa de Camillo Vianna e depois da morte do "marajoara que veio de longe", em 2003, fiz parte da diretoria até 2010.

Dizendo isto para explicar que, acima de tudo, o que me move é a Criaturada. Não é grande coisa, mas o que se acha ao meu alcance. Meu modo particular de ser fiel à memória de Dalcídio e por fim grato à invenção do museu do padre Gallo. Foi por este percurso cheio de altos e baixos que, nos meus últimos quarteis de vida, fiquei fanático por ecomuseus -- ovo de Colombo na educação popular, me pareceu --, desde que por sorte ouvi Hugues de Verine falar sobre o tema numa manhã de domingo no Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG). Hoje, finalmente, por conta própria aos 80 anos de idade me fiz "velho-propaganda" (imitação brega de garoto-propaganda, é claro) do Ecomuseu da Amazônia


Assim, assim; cavaleiro andante da internet estou que nem galo da roça, acordando cedo pra tecer a manhã e fazer o Sol se levantar nas comunidades de gente que dorme com pé dentro da rede... Povo Mundiado pela cobra grande Boiuna. Dar notícia da oportunidade de organizar territórios da memória com a "mágica" dos museus a céu aberto. Isto é, a invenção dos ecomuseus. Olha lá! Paresque a gente estava cego de tanto ver... E não carece muita verba para soltar o verbo. Uma casa muito engraçada, que não tem teto, não tem nada a guardar longe do povo e a esconder dos amigos do alheio. Onde o rio, a rua, a igreja, o campo a perder de vista, a memória da gente é o patrimônio do dito cujo. 

Vou teclando o computador Rocinante e, em pensamento, escutando Luiz Gonzaga cantar "A Vida do Viajante": Minha vida é andar por este país / Pra ver se um dia descanso feliz / ...".
Agora é hora de cutucar amigos que lá deixei, Ponta de Pedras, Muaná, Mapuá, Soure, Santa Cruz, Benfica, Marudá... Provocá-los a criar ecomuseus ou museus comunitários. Tantos assim? Aí de mim!... Quero construir pontes sobre o mar-Oceano, unir cidades-irmãs, Cidades Educadoras onde crianças vão pelas ruas a ensinar os adultos a ser feliz. E os velhos voltem às aulas a fim de aprender a viver.


Imagem relacionada
Teatro Museu da Marujada - cidade de Bragança, Pará.

Comentários

Postagens mais visitadas