MEMÓRIAS DO BARRO
Ancestralidades diversas
se debatem no abecedário da estória em vias de vir a ser e se
tornar história pelo casamento da necessidade com o acaso no
berçário da memória. Tudo é comum e diverso ao mesmo espaçotempo.
E afinal de contas o mundo é um só desde o parto das estrelas até
a morte dos deuses santos ou pagãos confundidos na mesma hecatombe
do pensamento.
No fim do mundo recomeça
o drama infinito de várias diásporas daqueles que, por ditado
genético da própria mãe grande, ousaram roubar o fogo do céu para
dar luz e calor às criaturas carentes de melhor lugar neste mundo de
duro combate entre a fome e o medo de morrer. A grande e eterna
África é minha primeira mãe e eu não sei quantas vezes tive eu
que morrer a caminho da Terra sem males prometida aos viventes para
ser deuses, quantas montanhas escalei, vales e mares atravessei; para
poder nascer sei lá quantas outras vezes sob outros céus distantes
da primeira noite do mundo. Só sei que é assim lá no mais profundo
de mim. Onde a negritude de todo mundo se acha indistinta. Os
pretinhos do mangue somos todos nós na beira dos mares do mundo:
jardim da infância na universidade da maré onde a criaturada grande
toma pé e mata fome, faz descobrimentos de mundos e fundos, adivinha
outras manhãs que ainda não amanheceram.
Desde menino jito o
tijuco está impregnado à minha alma nômade. O barro lendário do
Dilúvio guardou meus passos através de muitas gerações sobre a
face da terra. No entanto, … (a seguir quando houver bom
tempo)...
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