Manifesto tardio da Academia do Peixe Frito
Tomamos, data venia, o artigo de Terezinha de Jesus Dias Pacheco disponibilizado na internet, para fazer papel de manifesto tardio da Academia do Peixe Frito (JMVP, Belém-PA).
BRUNO DE MENEZES E O MODERNISMO NO PARÁ
Terezinha de Jesus Dias Pacheco*
RESUMO:
A necessidade de inserir a literatura local paraense no
contexto modernista nacional levou Bruno de Menezes a promover
vários debates sobre a renovação literária no Pará. Sua
inquietação contagiou alguns intelectuais nativos que
produziram obras que dialogaram com a corrente modernista
brasileira. Nessa esteira, os modernistas paulistas vieram
apenas trocar experiências literárias na Amazônia.
PALAVRAS-CHAVE: Bruno de Menezes, modernismo, Pará, renovação.
“...Por iniciativa do festejado escritor, Sr. Graça Aranha, da Academia
Brasileira de Letras, haverá em São Paulo uma ‘Semana de Arte Moderna’, em
que tomarão parte os artistas que, em nosso meio, representam as mais
modernas correntes artísticas”. Esclarecia, também, que para esse fim o
Teatro Municipal ficaria aberto durante a semana de 11 a 18 de fevereiro,
instalando-se nele uma interessante exposição. (Brito, 1986: 17)
Oficialmente, foi dessa maneira que o Modernismo instalou-se no Brasil,
mais especificamente, em São Paulo. Esse movimento literário ansiava por mudanças
mais ou menos radicais, que pudessem dar à Literatura Brasileira feições essencialmente
nacionalistas. Menotti del Picchia, participante da Semana de Arte Moderna, esclarece,
em seu discurso como orador oficial da segunda noite, o que se pensava sobre o
Modernismo:
A nossa estética é de reação. Como tal, é guerreira. O termo futurista, com
que erradamente a etiquetaram, aceitamo-lo porque era um cartel de desafio.
Na geleira de mármore de Carrara do Parnasianismo dominante, a ponta agressiva
dessa proa verbal estilhaçava como um aríete. Não somos, nem nunca fomos
“futuristas”. Eu, pessoalmente, abomino o dogmatismo e a liturgia da escola
de Marinetti. Seu chefe é para nós um percursor iluminado, que veneramos
como um general da grande batalha da Reforma, que alarga o seu ‘front’ em
todo o mundo. No Brasil não há, porém, razão lógica e social para o futurismo
ortodoxo, porque o prestígio do seu passado não é de molde a tolher a
166
Belo Horizonte, v. 6, p. 1–253, ago. 2003
liberdade da sua maneira de ser futura. Demais, ao nosso individualismo
estético repugna a jaula de uma escola. Procuramos, cada um, atuar de acordo
com nosso temperamento, dentro da mais arrojada sinceridade.
(...) Queremos luz, ar, ventiladores, aeroplanos, reivindicações obreiras,
idealismos, motores, chaminés de fábricas, sangue, velocidade, sonho, na
nossa Arte. E que o ruído de um automóvel, nos trilhos de dois versos,
espante da poesia o último deus homérico, que ficou, anacronicamente, a
dormir e a sonhar, na era do jazz-band e do cinema, com a flauta dos pastores
da Arcádia e os seios divinos de Helena! (Brito, 1986: 18)
Menotti del Picchia, usando uma linguagem rebelde, anuncia o sentimento
de mudança e reflexos que a nova estética deveria assumir e expressar. Por esses
motivos, para a historiografia da Literatura Brasileira, o Modernismo começa no
Brasil a partir da Semana de 1922. Entretanto, no Pará, essas idéias sobre rompimento
com estéticas anteriores chegaram antes de 1922.
Joaquim Inojosa, poeta e escritor pernambucano, numa “palestra realizada
em Belém do Pará, em 26 de maio de 1972, por ocasião da Festa do Paraense do Livro”
(Inojosa, 1994: 109) sobre o Modernismo no Brasil, proferiu as seguintes palavras:
Estava-se, contudo, em 1921, quando um sentimento parecia predominar nos
espíritos dos jovens: o do nacionalismo. Vinte ou mais dentre eles, numa
espécie de academia ao ar livre, era a quantos [sic] por vezes atingiam
aquelas tertúlias. Delas participavam Abgar, De Campos Ribeiro, Bruno de
Menezes, Raul Bopp, Clóvis de Gusmão, Santana Marques, Nunes Pereira, Paulo
Oliveira, Severino Silva. Cenáculo de “fatos correntes, fofocas e anedotas”,
comentaria Bopp, em que também se “agitavam opiniões, notadamente no campo
literário”, mas de “intelectualismo sem direção” e de “efeitos estéreis”.
(Inojosa, 1994: 111)
Se compararmos o texto de Joaquim Inojosa ao de Menotti del Picchia,
perceberemos que os anseios de renovação são os mesmos: queriam se livrar do
dogmatismo intelectual que ditava as regras e conceitos literários. Porém, a
maneira de conduzir a independência é bastante diferente. Enquanto os paulistas
precisaram do escritor Graça Aranha, que pertencia à Academia Brasileira, para
fazer a abertura da Semana de Arte Moderna e de um orador oficial como Menotti del
Picchia, para introduzir e legitimar as suas idéias, os paraenses preferiram a
academia ao ar livre, não só tentando mostrar que não é buscando o atrelamento a uma
instituição legitimadora que se operam mudanças, mas procurando maneiras de rompimento
que atingissem a raiz do problema.
167
n Belo Horizonte, v. 6, p. 165-172, ago. 2003 n
Bruno de Menezes participava dessa academia ao ar livre, que recebia
diferentes epítetos, conforme a ocasião. No momento em que se reuniam no Ver-o-Peso,
era a Academia Peixe-Frito. Eram encontros regados a aperitivos e, como tira-gosto,
peixe frito. Em outras situações diziam ser Vândalos do Apocalipse por talvez
estarem discutindo e anunciando a poética dos novos tempos. Tempos depois organizaram
a Associação dos Novos para divulgar as novas idéias.
Ligado ainda a uma estética parnasiana, mas imbuído de uma necessidade
de mudança, Bruno de Menezes expõe em um soneto suas impressões sobre o momento que
está vivendo:
Arte Nova
Eu quero um’Arte original... Daí
esta insatisfação na minha Musa!
Ânsias de ineditismos que eu não vi
e o vulgo material inda não usa!
E a Idéia é ignota... A Perfeição em si,
tem segredos de morte e alma reclusa...
Sendo a glória espinhosa, – eu me feri...
justo e, pois, que este sonho arda e relusa!...
Toda a volúpia estética do Poeta
que eu sou, – para a Poesia que mim sinto,
provém desse Querer em linha reta!
Gloriosa um’Arte que os Ideais renova!
– Razão da causa por que eu me requinto
na extravagância de uma imagem nova! (Menezes, 1993: 454)
Embora Bruno de Menezes não tivesse inserido no Modernismo, ia
paulatinamente expressando o desejo de conseguir construir uma nova poética. No
início do poema, ele rejeita a cópia, anseia por uma arte que seja inédita. Ainda
não sabe como realizar o seu anseio, mas busca uma imagem nova.
“Arte Nova” é um metapoema, no qual o autor tenta questionar o fazer
poético. Para ele, a criação poética é um árduo trabalho, é tirar a palavra de um
encarceramento semântico. Re-significar as palavras é uma tarefa que se impõe:
rever conceitos e formas literárias é uma necessidade íntima do poeta. Ele, embora
sem direção, já anuncia a sua nova concepção de poesia. Caminha para a liberdade de
poder expressar o que estiver de acordo com sua concepção poética. O sujeito desse
168
Belo Horizonte, v. 6, p. 1–253, ago. 2003
poema repudia todos os postulados canônicos da poesia, até então instituídos.
Começa a querer destruir as amarras que aprisionam as palavras em regras. Através
de uma forma poética canonizada – o soneto – Bruno de Menezes tenta experimentar o
novo na literatura.
Para trabalhar melhor as renovações necessárias na literatura paraense,
esse grupo organizou uma revista denominada Belém Nova:
Belém Nova, revista lançada a 15 de setembro de 1923 e que marcou época,
apontando novos rumos à literatura planetária, era de idealização de Bruno
e sob sua direção, fez eco em nossa terra do movimento literário de vanguarda
que empolgou o Brasil; eram seus companheiros de redação Edgar Franco,
Alfredo de Souza e Manoel Malhado. (Rocha, 1996: 42-43)
Deixando de lado a adjetivação que dá ao texto de Alonso Rocha uma
dimensão hiperbólica da repercussão da Belém Nova, é possível perceber que essa
revista foi um dos recursos usados para a divulgação do Modernismo no Pará. Sobre
ela, Bruno de Menezes faz o seguinte comentário:
Àquele tempo a nossa chamada “nova geração” organizou o seu reduto de
idéias, literariamente avançadas, nesse quinzenário, no qual, apesar das
influências e do entusiasmo pela Arte Nova da maioria de seus fundadores,
colaboravam homens de letras de todos os credos estéticos. (Menezes, 1996: 57)
Apesar dos esforços pela renovação literária, Bruno de Menezes, nesse
texto, esclarece que outras correntes estéticas coexistiam nos escritos da Belém
Nova, fazendo desse quinzenário um lugar de debate literário, não se anulando o que
existia, mas procurando estabelecer um diálogo com vistas a modificações impostas
pelo tempo.
Afonso Rocha afirma ainda que Bruno de Menezes foi o idealizador e
diretor da referida revista e que tinha companheiros de redação. Bruno de Menezes
não se coloca como idealizador, mas como um dos fundadores da Belém Nova, que
contava com a colaboração dos demais fundadores. Embora tenha sido um dos diretores
desse quinzenário, procura passar a idéia de que a Belém Nova é obra da “nova geração”.
Embora possamos considerar que a Belém Nova é um dos sinalizadores do
início do Modernismo no Pará, há quem afirme peremptoriamente que o ingresso do Pará
no Modernismo se deve a este ou a aquele intelectual. A partir de agora iremos
confrontar alguns textos em que são feitas tais afirmações.
169
n Belo Horizonte, v. 6, p. 165-172, ago. 2003 n
Joaquim Inojosa, sobre a origem do Modernismo paraense, diz o seguinte:
Chegaram-lhes notícias dos arreganhos paulistas através de Pernambuco, e
não certamente pelo discurso de Graça Aranha, pois ali, de 1922, começara o
movimento em tons iconoclastas. Surpresa alguma, aliás, deve causar esta
afirmação sabido que os ecos da Semana de Arte Moderna atingiram ao Recife
no mesmo ano de 1922, antecipando-se ao Rio de Janeiro no que iria representar
de luta e violência, a pregação modernista.
Embora mantivéssemos correspondência epistolar e permuta de livros, em
1924, quis Bruno de Menezes que um intelectual pernambucano, aqui de passagem,
relatasse para a sua revista o que de verdade se desenrolava na Veneza
Americana, em torno da renovação literária. E Abgar Soriano de Oliveira, na
“Belém Nova”, de maio daquele ano, prestou um depoimento de valor histórico
na conceituação das influências renovadores partidas do Recife para alcançarem
outras capitais brasileiras. (Inojosa, 1994: 113-114)
Para Aníbal Machado, a história é outra, pois enquanto os paulistas
sabiam “o que não queriam”, os intelectuais do Rio de Janeiro, de Belém e do resto
do Brasil apenas “ansiavam”. Afirma ele ainda que
movimento de maior envergadura surgiu, certamente influenciado pelo movimento
dominante no Sul e já praticamente vitorioso. Intelectuais do Pará tomaram
a atitude revolucionária nas letras chefiada por Graça Aranha. (Inojosa,
1994: 112-113)
Alonso Rocha escolhe a sua versão e declara:
Mário de Andrade – o papa do Modernismo – Raul Bopp, Tasso da Silveira,
Lucilo Zender, Paulo de Oliveira, Farias Gama, De Campos Ribeiro, Wenceslau
Costa, Jacques Flôres, José Carvalho, Assis Garrido, Jonathas Baptista,
Joaquim Inojosa e muitos outros aplaudiram o novo trabalho do poeta paraense
que se projetava no cenário intelectual brasileiro, como um dos renovadores
da poesia nacional, aderindo ao movimento liderado por Graça Aranha. (Rocha,
1996: 43)
Leandro Tocantins, escritor amazonense pensa diferente:
A revista de Mário de Andrade estimulou os movimentos modernistas de Belém
e Manaus. Principalmente de Manaus, que na Amazônia foi uma espécie de Meca
do Modernismo inspirado no eixo Rio-São Paulo. O que se pode julgar é que
talvez em Belém faltaram ímpeto, instrumentos humanos e materiais decisivos
a desencadear o movimento que em Manaus ganharia maior expressão. (Inojosa,
1994: 129)
Georgenor Franco, poeta paraense, por sua vez, em palestra proferida
sobre a renovação literária no Pará, denominada “À margem do movimento modernista”,
170
Belo Horizonte, v. 6, p. 1–253, ago. 2003
expõe a sua opinião baseando-se em datas de formação de grupos que discutiam os
novos rumos da literatura e também de publicações literárias que já anunciavam nas
suas temáticas a novidade:
Pelo visto, verifica-se que o movimento modernista, antes de evoluir e
revolucionar a literatura no Sul do país, já fervilhava no Pará. Isso prova
que o nosso estado nunca esteve atrelado a carro de bois. (Inojosa, 1994: 112)
Temos aqui quatro possibilidades de filiação do Modernismo Paraense.
Aníbal Machado atribui a Graça Aranha a paternidade do movimento modernista paraense,
com que concorda passivamente Alonso Rocha, que, como biógrafo de Bruno de Menezes,
deveria ter sido mais cuidadoso quando afirma o atrelamento de Bruno de Menezes a
Graça Aranha, já que aquele, antes da Semana de Arte Moderna, expressava em seu
poema, “Arte Nova”, que queria uma arte original, inédita e não a cópia. Entretanto,
Leandro Tocantins legou o anúncio da boa nova modernista na região amazônica a Mário
de Andrade, que esteve no Norte do Brasil em 1927, quando a nova geração paraense
já tinha formado o modelo modernista em Belém do Pará. Lendo o poema “Chapeleirinhas”,
de Bruno de Menezes, que foi publicado em 1924 no seu livro de poemas Bailado Lunar,
sentimos que, já em 1924, sua escrita já registra sinais do estilo modernista.
Chapeleirinhas
Chapeleirinhas pobretãs dos olhos mansos:
É dessas mãos habilidosas
a trabalharem sem descanso
dando vida às plumas, colorindo as rosas,
que sahem(sic) esses chapéos ultra elegantes
da menina leviana e da mulher “coquette”.
Trabalham tanto as chapeleiras, pobrezinhas,
Sangram os dedos, cançam a vista
à luz do dia, à luz das lâmpadas cegantes,
fazendo voar azas inertes de andorinhas,
a completar com um chapéo lindo uma “toilette”.
Chapeleirinhas! As mulheres elegantes
se isto soubessem nem queriam dar na vista.
É uma heroína a minha pobre midinette...
Visualizamos neste poema que Bruno de Menezes se utiliza de versos
livres, embora ainda procure rimá-los. Utiliza um português um pouco rebuscado, mas
171
n Belo Horizonte, v. 6, p. 165-172, ago. 2003 n
já insere no poema termos franceses. A temática do poema mostra um paradoxo social
vivido pelo mundo feminino. Mulheres pobres, trabalhadeiras, em oposição às mulheres
ricas, que naturalmente não têm ocupações profissionais ou, se as têm, praticam
ocupações mais leves, e mulheres que ganham a vida vendendo a sua beleza. Mostra,
dessa forma, que a sociedade está dividida em classes e que uma classe tem mais
privilégios que outra.
Inserimos o referido poema e fizemos um comentário para dialogar com o
texto de Leandro Tocantins e para constatar o quanto ele era desinformado, julgando
que em “Belém faltaram ímpetos, instrumentos humanos e materiais decididos a
desencadear o movimento que em Manaus, só em 1927, com Mário de Andrade, ganharia
mais expressão”.
Para Joaquim Inojosa, que era pernambucano, o Modernismo no Pará só
começa quando os pernambucanos, que foram iniciados no Modernismo por obra e graça
dos paulistas, fizeram contatos com os paraenses. Isso aconteceu no ano de 1924.
Questionamos essa afirmativa de Joaquim Inojosa pelo mesmo motivo que questionamos
Leandro Tocantins. 1924 é um momento em que o Modernismo no Pará não é mais
novidade. As produções literárias do ano mostram sinais marcantes de adesão ao
movimento.
Até aqui fica patente que, seja por intermédio de Graça Aranha, de Mário
de Andrade ou de Joaquim Inojosa, o Modernismo chegou ao Pará via Semana de Arte
Moderna. No entanto, Georgenor Franco se contrapôs a todas essas versões. Quando diz
“que o nosso Estado nunca esteve atrelado a carro de bois”, não está negando os
diálogos e os intercâmbios culturais estreitados entre o sul e o norte. Tampouco
está negando o mérito dos paulistas na organização da Semana de Arte Moderna, ou a
contribuição de Raul Bopp, Mário de Andrade, Joaquim Inojosa e outros. Pensamos que
Georgenor Franco tentou esclarecer que não foi só depois da Semana de Arte Moderna
que o Pará veio a conhecer o Modernismo. No Pará e na Amazônia, de um modo geral,
assim como em São Paulo, os intelectuais que estavam à margem do cânone literário
começaram a se reunir, formar grupos, debater e partir para operar mudanças não só
no campo literário, mas também no campo político, econômico e social. O que
Georgenor Franco talvez queira explicar é que não estávamos de braços cruzados
esperando que São Paulo enviasse a nova moda literária.
172
Belo Horizonte, v. 6, p. 1–253, ago. 2003
Dialogando com a França e a Europa e, depois, com os paulistas,
pernambucanos, mineiros, os intelectuais paraenses que pertenciam ao grupo de Bruno
de Menezes foram aos poucos assimilando a estética modernista. Assim como a nova
geração paraense procurou estabelecer intercâmbio com Joaquim Inojosa, Anibal
Machado, Ascenso Ferreira, Câmara Cascudo e outros, Mário de Andrade e Raul Bopp
também vieram até a Amazônia trocar experiências literárias e não anunciar o
Modernismo. Os paulistas não lideraram o Modernismo no Pará, mas deram significativa
contribuição para a consolidação desse movimento no Norte do Brasil.
ABSTRACT:
The need to insert the literature produced in Pará in the
national modernist context led Bruno de Menezes to promote
several debates about the literary renewal in the state.
His concern contaminated some local intellectuals, who
created works that participated in a dialogue with the
Brazilian modernist mainstream. The modernist writers
from São Paulo visited the northern states in order to
share their literary experience with the local modernists.
KEY WORDS: Bruno de Menezes, modernism, Pará, renewal.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRITO, Mário da Silva. A revolução modernista. In:
Coutinho, Afrânio (Org.). A literatura no Brasil.
Niterói: EDUFF, 1986.
INOJOSA, Joaquim. Modernismo no Pará. In: Bruno de
Menezes ou a sutileza de transição: ensaios. Belém:
CEJUP, Universidade Federal do Pará, 1994.
MENEZES, Bento Bruno Costa de. Poesia. Belém: CEJUP,
1993. v.I.
______. Algumas palavras. Asas da Palavra, Belém, UNAMA,
p.57, 1996.
ROCHA, Alonso. Bruno de Menezes. Asas da Palavra, Belém,
UNAMA, 1996.
BRUNO DE MENEZES E O MODERNISMO NO PARÁ
Terezinha de Jesus Dias Pacheco*
RESUMO:
A necessidade de inserir a literatura local paraense no
contexto modernista nacional levou Bruno de Menezes a promover
vários debates sobre a renovação literária no Pará. Sua
inquietação contagiou alguns intelectuais nativos que
produziram obras que dialogaram com a corrente modernista
brasileira. Nessa esteira, os modernistas paulistas vieram
apenas trocar experiências literárias na Amazônia.
PALAVRAS-CHAVE: Bruno de Menezes, modernismo, Pará, renovação.
“...Por iniciativa do festejado escritor, Sr. Graça Aranha, da Academia
Brasileira de Letras, haverá em São Paulo uma ‘Semana de Arte Moderna’, em
que tomarão parte os artistas que, em nosso meio, representam as mais
modernas correntes artísticas”. Esclarecia, também, que para esse fim o
Teatro Municipal ficaria aberto durante a semana de 11 a 18 de fevereiro,
instalando-se nele uma interessante exposição. (Brito, 1986: 17)
Oficialmente, foi dessa maneira que o Modernismo instalou-se no Brasil,
mais especificamente, em São Paulo. Esse movimento literário ansiava por mudanças
mais ou menos radicais, que pudessem dar à Literatura Brasileira feições essencialmente
nacionalistas. Menotti del Picchia, participante da Semana de Arte Moderna, esclarece,
em seu discurso como orador oficial da segunda noite, o que se pensava sobre o
Modernismo:
A nossa estética é de reação. Como tal, é guerreira. O termo futurista, com
que erradamente a etiquetaram, aceitamo-lo porque era um cartel de desafio.
Na geleira de mármore de Carrara do Parnasianismo dominante, a ponta agressiva
dessa proa verbal estilhaçava como um aríete. Não somos, nem nunca fomos
“futuristas”. Eu, pessoalmente, abomino o dogmatismo e a liturgia da escola
de Marinetti. Seu chefe é para nós um percursor iluminado, que veneramos
como um general da grande batalha da Reforma, que alarga o seu ‘front’ em
todo o mundo. No Brasil não há, porém, razão lógica e social para o futurismo
ortodoxo, porque o prestígio do seu passado não é de molde a tolher a
166
Belo Horizonte, v. 6, p. 1–253, ago. 2003
liberdade da sua maneira de ser futura. Demais, ao nosso individualismo
estético repugna a jaula de uma escola. Procuramos, cada um, atuar de acordo
com nosso temperamento, dentro da mais arrojada sinceridade.
(...) Queremos luz, ar, ventiladores, aeroplanos, reivindicações obreiras,
idealismos, motores, chaminés de fábricas, sangue, velocidade, sonho, na
nossa Arte. E que o ruído de um automóvel, nos trilhos de dois versos,
espante da poesia o último deus homérico, que ficou, anacronicamente, a
dormir e a sonhar, na era do jazz-band e do cinema, com a flauta dos pastores
da Arcádia e os seios divinos de Helena! (Brito, 1986: 18)
Menotti del Picchia, usando uma linguagem rebelde, anuncia o sentimento
de mudança e reflexos que a nova estética deveria assumir e expressar. Por esses
motivos, para a historiografia da Literatura Brasileira, o Modernismo começa no
Brasil a partir da Semana de 1922. Entretanto, no Pará, essas idéias sobre rompimento
com estéticas anteriores chegaram antes de 1922.
Joaquim Inojosa, poeta e escritor pernambucano, numa “palestra realizada
em Belém do Pará, em 26 de maio de 1972, por ocasião da Festa do Paraense do Livro”
(Inojosa, 1994: 109) sobre o Modernismo no Brasil, proferiu as seguintes palavras:
Estava-se, contudo, em 1921, quando um sentimento parecia predominar nos
espíritos dos jovens: o do nacionalismo. Vinte ou mais dentre eles, numa
espécie de academia ao ar livre, era a quantos [sic] por vezes atingiam
aquelas tertúlias. Delas participavam Abgar, De Campos Ribeiro, Bruno de
Menezes, Raul Bopp, Clóvis de Gusmão, Santana Marques, Nunes Pereira, Paulo
Oliveira, Severino Silva. Cenáculo de “fatos correntes, fofocas e anedotas”,
comentaria Bopp, em que também se “agitavam opiniões, notadamente no campo
literário”, mas de “intelectualismo sem direção” e de “efeitos estéreis”.
(Inojosa, 1994: 111)
Se compararmos o texto de Joaquim Inojosa ao de Menotti del Picchia,
perceberemos que os anseios de renovação são os mesmos: queriam se livrar do
dogmatismo intelectual que ditava as regras e conceitos literários. Porém, a
maneira de conduzir a independência é bastante diferente. Enquanto os paulistas
precisaram do escritor Graça Aranha, que pertencia à Academia Brasileira, para
fazer a abertura da Semana de Arte Moderna e de um orador oficial como Menotti del
Picchia, para introduzir e legitimar as suas idéias, os paraenses preferiram a
academia ao ar livre, não só tentando mostrar que não é buscando o atrelamento a uma
instituição legitimadora que se operam mudanças, mas procurando maneiras de rompimento
que atingissem a raiz do problema.
167
n Belo Horizonte, v. 6, p. 165-172, ago. 2003 n
Bruno de Menezes participava dessa academia ao ar livre, que recebia
diferentes epítetos, conforme a ocasião. No momento em que se reuniam no Ver-o-Peso,
era a Academia Peixe-Frito. Eram encontros regados a aperitivos e, como tira-gosto,
peixe frito. Em outras situações diziam ser Vândalos do Apocalipse por talvez
estarem discutindo e anunciando a poética dos novos tempos. Tempos depois organizaram
a Associação dos Novos para divulgar as novas idéias.
Ligado ainda a uma estética parnasiana, mas imbuído de uma necessidade
de mudança, Bruno de Menezes expõe em um soneto suas impressões sobre o momento que
está vivendo:
Arte Nova
Eu quero um’Arte original... Daí
esta insatisfação na minha Musa!
Ânsias de ineditismos que eu não vi
e o vulgo material inda não usa!
E a Idéia é ignota... A Perfeição em si,
tem segredos de morte e alma reclusa...
Sendo a glória espinhosa, – eu me feri...
justo e, pois, que este sonho arda e relusa!...
Toda a volúpia estética do Poeta
que eu sou, – para a Poesia que mim sinto,
provém desse Querer em linha reta!
Gloriosa um’Arte que os Ideais renova!
– Razão da causa por que eu me requinto
na extravagância de uma imagem nova! (Menezes, 1993: 454)
Embora Bruno de Menezes não tivesse inserido no Modernismo, ia
paulatinamente expressando o desejo de conseguir construir uma nova poética. No
início do poema, ele rejeita a cópia, anseia por uma arte que seja inédita. Ainda
não sabe como realizar o seu anseio, mas busca uma imagem nova.
“Arte Nova” é um metapoema, no qual o autor tenta questionar o fazer
poético. Para ele, a criação poética é um árduo trabalho, é tirar a palavra de um
encarceramento semântico. Re-significar as palavras é uma tarefa que se impõe:
rever conceitos e formas literárias é uma necessidade íntima do poeta. Ele, embora
sem direção, já anuncia a sua nova concepção de poesia. Caminha para a liberdade de
poder expressar o que estiver de acordo com sua concepção poética. O sujeito desse
168
Belo Horizonte, v. 6, p. 1–253, ago. 2003
poema repudia todos os postulados canônicos da poesia, até então instituídos.
Começa a querer destruir as amarras que aprisionam as palavras em regras. Através
de uma forma poética canonizada – o soneto – Bruno de Menezes tenta experimentar o
novo na literatura.
Para trabalhar melhor as renovações necessárias na literatura paraense,
esse grupo organizou uma revista denominada Belém Nova:
Belém Nova, revista lançada a 15 de setembro de 1923 e que marcou época,
apontando novos rumos à literatura planetária, era de idealização de Bruno
e sob sua direção, fez eco em nossa terra do movimento literário de vanguarda
que empolgou o Brasil; eram seus companheiros de redação Edgar Franco,
Alfredo de Souza e Manoel Malhado. (Rocha, 1996: 42-43)
Deixando de lado a adjetivação que dá ao texto de Alonso Rocha uma
dimensão hiperbólica da repercussão da Belém Nova, é possível perceber que essa
revista foi um dos recursos usados para a divulgação do Modernismo no Pará. Sobre
ela, Bruno de Menezes faz o seguinte comentário:
Àquele tempo a nossa chamada “nova geração” organizou o seu reduto de
idéias, literariamente avançadas, nesse quinzenário, no qual, apesar das
influências e do entusiasmo pela Arte Nova da maioria de seus fundadores,
colaboravam homens de letras de todos os credos estéticos. (Menezes, 1996: 57)
Apesar dos esforços pela renovação literária, Bruno de Menezes, nesse
texto, esclarece que outras correntes estéticas coexistiam nos escritos da Belém
Nova, fazendo desse quinzenário um lugar de debate literário, não se anulando o que
existia, mas procurando estabelecer um diálogo com vistas a modificações impostas
pelo tempo.
Afonso Rocha afirma ainda que Bruno de Menezes foi o idealizador e
diretor da referida revista e que tinha companheiros de redação. Bruno de Menezes
não se coloca como idealizador, mas como um dos fundadores da Belém Nova, que
contava com a colaboração dos demais fundadores. Embora tenha sido um dos diretores
desse quinzenário, procura passar a idéia de que a Belém Nova é obra da “nova geração”.
Embora possamos considerar que a Belém Nova é um dos sinalizadores do
início do Modernismo no Pará, há quem afirme peremptoriamente que o ingresso do Pará
no Modernismo se deve a este ou a aquele intelectual. A partir de agora iremos
confrontar alguns textos em que são feitas tais afirmações.
169
n Belo Horizonte, v. 6, p. 165-172, ago. 2003 n
Joaquim Inojosa, sobre a origem do Modernismo paraense, diz o seguinte:
Chegaram-lhes notícias dos arreganhos paulistas através de Pernambuco, e
não certamente pelo discurso de Graça Aranha, pois ali, de 1922, começara o
movimento em tons iconoclastas. Surpresa alguma, aliás, deve causar esta
afirmação sabido que os ecos da Semana de Arte Moderna atingiram ao Recife
no mesmo ano de 1922, antecipando-se ao Rio de Janeiro no que iria representar
de luta e violência, a pregação modernista.
Embora mantivéssemos correspondência epistolar e permuta de livros, em
1924, quis Bruno de Menezes que um intelectual pernambucano, aqui de passagem,
relatasse para a sua revista o que de verdade se desenrolava na Veneza
Americana, em torno da renovação literária. E Abgar Soriano de Oliveira, na
“Belém Nova”, de maio daquele ano, prestou um depoimento de valor histórico
na conceituação das influências renovadores partidas do Recife para alcançarem
outras capitais brasileiras. (Inojosa, 1994: 113-114)
Para Aníbal Machado, a história é outra, pois enquanto os paulistas
sabiam “o que não queriam”, os intelectuais do Rio de Janeiro, de Belém e do resto
do Brasil apenas “ansiavam”. Afirma ele ainda que
movimento de maior envergadura surgiu, certamente influenciado pelo movimento
dominante no Sul e já praticamente vitorioso. Intelectuais do Pará tomaram
a atitude revolucionária nas letras chefiada por Graça Aranha. (Inojosa,
1994: 112-113)
Alonso Rocha escolhe a sua versão e declara:
Mário de Andrade – o papa do Modernismo – Raul Bopp, Tasso da Silveira,
Lucilo Zender, Paulo de Oliveira, Farias Gama, De Campos Ribeiro, Wenceslau
Costa, Jacques Flôres, José Carvalho, Assis Garrido, Jonathas Baptista,
Joaquim Inojosa e muitos outros aplaudiram o novo trabalho do poeta paraense
que se projetava no cenário intelectual brasileiro, como um dos renovadores
da poesia nacional, aderindo ao movimento liderado por Graça Aranha. (Rocha,
1996: 43)
Leandro Tocantins, escritor amazonense pensa diferente:
A revista de Mário de Andrade estimulou os movimentos modernistas de Belém
e Manaus. Principalmente de Manaus, que na Amazônia foi uma espécie de Meca
do Modernismo inspirado no eixo Rio-São Paulo. O que se pode julgar é que
talvez em Belém faltaram ímpeto, instrumentos humanos e materiais decisivos
a desencadear o movimento que em Manaus ganharia maior expressão. (Inojosa,
1994: 129)
Georgenor Franco, poeta paraense, por sua vez, em palestra proferida
sobre a renovação literária no Pará, denominada “À margem do movimento modernista”,
170
Belo Horizonte, v. 6, p. 1–253, ago. 2003
expõe a sua opinião baseando-se em datas de formação de grupos que discutiam os
novos rumos da literatura e também de publicações literárias que já anunciavam nas
suas temáticas a novidade:
Pelo visto, verifica-se que o movimento modernista, antes de evoluir e
revolucionar a literatura no Sul do país, já fervilhava no Pará. Isso prova
que o nosso estado nunca esteve atrelado a carro de bois. (Inojosa, 1994: 112)
Temos aqui quatro possibilidades de filiação do Modernismo Paraense.
Aníbal Machado atribui a Graça Aranha a paternidade do movimento modernista paraense,
com que concorda passivamente Alonso Rocha, que, como biógrafo de Bruno de Menezes,
deveria ter sido mais cuidadoso quando afirma o atrelamento de Bruno de Menezes a
Graça Aranha, já que aquele, antes da Semana de Arte Moderna, expressava em seu
poema, “Arte Nova”, que queria uma arte original, inédita e não a cópia. Entretanto,
Leandro Tocantins legou o anúncio da boa nova modernista na região amazônica a Mário
de Andrade, que esteve no Norte do Brasil em 1927, quando a nova geração paraense
já tinha formado o modelo modernista em Belém do Pará. Lendo o poema “Chapeleirinhas”,
de Bruno de Menezes, que foi publicado em 1924 no seu livro de poemas Bailado Lunar,
sentimos que, já em 1924, sua escrita já registra sinais do estilo modernista.
Chapeleirinhas
Chapeleirinhas pobretãs dos olhos mansos:
É dessas mãos habilidosas
a trabalharem sem descanso
dando vida às plumas, colorindo as rosas,
que sahem(sic) esses chapéos ultra elegantes
da menina leviana e da mulher “coquette”.
Trabalham tanto as chapeleiras, pobrezinhas,
Sangram os dedos, cançam a vista
à luz do dia, à luz das lâmpadas cegantes,
fazendo voar azas inertes de andorinhas,
a completar com um chapéo lindo uma “toilette”.
Chapeleirinhas! As mulheres elegantes
se isto soubessem nem queriam dar na vista.
É uma heroína a minha pobre midinette...
Visualizamos neste poema que Bruno de Menezes se utiliza de versos
livres, embora ainda procure rimá-los. Utiliza um português um pouco rebuscado, mas
171
n Belo Horizonte, v. 6, p. 165-172, ago. 2003 n
já insere no poema termos franceses. A temática do poema mostra um paradoxo social
vivido pelo mundo feminino. Mulheres pobres, trabalhadeiras, em oposição às mulheres
ricas, que naturalmente não têm ocupações profissionais ou, se as têm, praticam
ocupações mais leves, e mulheres que ganham a vida vendendo a sua beleza. Mostra,
dessa forma, que a sociedade está dividida em classes e que uma classe tem mais
privilégios que outra.
Inserimos o referido poema e fizemos um comentário para dialogar com o
texto de Leandro Tocantins e para constatar o quanto ele era desinformado, julgando
que em “Belém faltaram ímpetos, instrumentos humanos e materiais decididos a
desencadear o movimento que em Manaus, só em 1927, com Mário de Andrade, ganharia
mais expressão”.
Para Joaquim Inojosa, que era pernambucano, o Modernismo no Pará só
começa quando os pernambucanos, que foram iniciados no Modernismo por obra e graça
dos paulistas, fizeram contatos com os paraenses. Isso aconteceu no ano de 1924.
Questionamos essa afirmativa de Joaquim Inojosa pelo mesmo motivo que questionamos
Leandro Tocantins. 1924 é um momento em que o Modernismo no Pará não é mais
novidade. As produções literárias do ano mostram sinais marcantes de adesão ao
movimento.
Até aqui fica patente que, seja por intermédio de Graça Aranha, de Mário
de Andrade ou de Joaquim Inojosa, o Modernismo chegou ao Pará via Semana de Arte
Moderna. No entanto, Georgenor Franco se contrapôs a todas essas versões. Quando diz
“que o nosso Estado nunca esteve atrelado a carro de bois”, não está negando os
diálogos e os intercâmbios culturais estreitados entre o sul e o norte. Tampouco
está negando o mérito dos paulistas na organização da Semana de Arte Moderna, ou a
contribuição de Raul Bopp, Mário de Andrade, Joaquim Inojosa e outros. Pensamos que
Georgenor Franco tentou esclarecer que não foi só depois da Semana de Arte Moderna
que o Pará veio a conhecer o Modernismo. No Pará e na Amazônia, de um modo geral,
assim como em São Paulo, os intelectuais que estavam à margem do cânone literário
começaram a se reunir, formar grupos, debater e partir para operar mudanças não só
no campo literário, mas também no campo político, econômico e social. O que
Georgenor Franco talvez queira explicar é que não estávamos de braços cruzados
esperando que São Paulo enviasse a nova moda literária.
172
Belo Horizonte, v. 6, p. 1–253, ago. 2003
Dialogando com a França e a Europa e, depois, com os paulistas,
pernambucanos, mineiros, os intelectuais paraenses que pertenciam ao grupo de Bruno
de Menezes foram aos poucos assimilando a estética modernista. Assim como a nova
geração paraense procurou estabelecer intercâmbio com Joaquim Inojosa, Anibal
Machado, Ascenso Ferreira, Câmara Cascudo e outros, Mário de Andrade e Raul Bopp
também vieram até a Amazônia trocar experiências literárias e não anunciar o
Modernismo. Os paulistas não lideraram o Modernismo no Pará, mas deram significativa
contribuição para a consolidação desse movimento no Norte do Brasil.
ABSTRACT:
The need to insert the literature produced in Pará in the
national modernist context led Bruno de Menezes to promote
several debates about the literary renewal in the state.
His concern contaminated some local intellectuals, who
created works that participated in a dialogue with the
Brazilian modernist mainstream. The modernist writers
from São Paulo visited the northern states in order to
share their literary experience with the local modernists.
KEY WORDS: Bruno de Menezes, modernism, Pará, renewal.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRITO, Mário da Silva. A revolução modernista. In:
Coutinho, Afrânio (Org.). A literatura no Brasil.
Niterói: EDUFF, 1986.
INOJOSA, Joaquim. Modernismo no Pará. In: Bruno de
Menezes ou a sutileza de transição: ensaios. Belém:
CEJUP, Universidade Federal do Pará, 1994.
MENEZES, Bento Bruno Costa de. Poesia. Belém: CEJUP,
1993. v.I.
______. Algumas palavras. Asas da Palavra, Belém, UNAMA,
p.57, 1996.
ROCHA, Alonso. Bruno de Menezes. Asas da Palavra, Belém,
UNAMA, 1996.
Comentários
Postar um comentário